“Espelho, espelho meu... existe alguém mais
bela do que eu?...”
Vivemos
numa sociedade em que tudo o que está ao nosso redor interfere, de certa forma,
nossos pensamentos e nossas ações. O círculo de amigos, a religião, as relações
sociais, as relações no trabalho, a influência da mídia são alguns dos fatores
que nos tornam o que somos.
Somos
sobrecarregados de informações que nos influenciam, e isso se reflete no modo
como nos relacionamos no mundo. Neste sentido, as diferentes indústrias
desenvolvem pesquisas e novas tecnologias tentando alcançar um número cada vez
maior de consumidores.
Assim,
pela padronização do consumo, que determina vontades e vaidades, nós acabamos
perdendo uma das características fundamentais do ser humano que é a
singularidade. As gordurinhas localizadas, as estrias, as celulites, as rugas
compõem o rol de aspectos indesejados que não são bem vistos ao nos referirmos
à questão da aparência. O mercado de consumo atento a esses aspectos desenvolve
mecanismos e produtos para satisfazerem as necessidades criadas por essa mesma
lógica de consumo, principalmente para aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas
com a própria aparência.
Todas
essas supostas imperfeições são alvo de enormes investimentos da indústria de
cosméticos e das academias, que criam variados artefatos, cada vez mais
sofisticados, com o objetivo de adaptar os corpos às exigências da sociedade. O
caminho a ser percorrido por aqueles que almejam o modelo ideal de corpo não é
simples. Ao contrário, exige muita vigilância e sacrifícios numa “árdua rotina
de exercícios” e outros meios artificiais de luta contra a balança e contra o
espelho.
A imagem
“ideal” de corpo, desejada por algumas pessoas, está baseada exclusivamente na
aparência e, para reforçar essa idéia, há várias personalidades famosas na
mídia que têm a sua imagem intensa e constantemente veiculada como modelo de “corpo
perfeito”.
Conforme
o estudo de Vaz (2004), alcançar “contornos corporais ideais”, sem intervenções
artificiais como bisturis, utilizando apenas a prática de atividade física, não
é assim tão fácil. Isso significa que não é com a prática de uma atividade física
realizada uma vez ou outra que será possível chegarmos às formas corporais
descritas anteriormente.
Pois bem,
é preciso muita “malhação” e sacrifícios, o que faz com que algumas pessoas
travem “batalhas” incessantes e incansáveis com a balança, com o espelho, com
dietas e os exercícios físicos, sem contar as dolorosas incisões cirúrgicas,
para aqueles com possibilidades financeiras que buscam resultados mais rápidos.
Os sacrifícios
são considerados válidos para se obter um corpo “sarado” e estão associados a
uma “malhação” bem sucedida. Tal malhação é, muitas vezes, confundida com a
sensação de dor. Quantas vezes ouvimos as pessoas dizendo que fizeram ginástica
e não sentiram “dor”, então a prática dessa atividade não deve ter tido efeito.
Estas são questões idealizadas pela grande maioria da população? Ou será que
essas são apenas preocupações de uma parcela da população, que tem condições
financeiras de pagar para ter acesso a tais práticas? Quantas pessoas se
submetem às dietas malucas, exercícios frenéticos ou até a medicamentos
proibidos ou duvidosos para perder alguns “quilinhos”?
E você, já parou para pensar no que gostaria de “melhorar” nessa ou naquela
parte do seu corpo? Até que ponto tais preocupações não seriam fruto da
influência daqueles padrões divulgados pela mídia?
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