Indústria da
Juventude (2°Ano A e B)
O homem, ao buscar o corpo perfeito,
torna-se um produtor e, ao mesmo tempo, consumidor da indústria da juventude,
sendo facilmente manipulado ou usado para tal fim.
Sobre essa realidade, Ortega Y Gasset
afirma que “as modas atuais estão pensadas para corpos jovens, e é tragicômica
a situação de pais e mães que se vêem obrigados a imitar seus filhos na
indumentária” e ainda “não se trata de fingir uma mocidade que se ausenta de nossa
pessoa, mas o modo adotado pela vida objetiva é o juvenil, e nos força sua
adoção. Como com o vestir, acontece com todo o resto: os usos, prazeres, costumes,
modas estão talhadas à medida dos efebos.” (ORTEGA Y GASSET, 1959, p. 294).
Devemos assumir nossas realidades,
aproveitando as experiências adquiridas ao longo do tempo, deixando de ser o
que querem que sejamos, mas assumindo o que queremos ser.
Quais as atitudes que devemos ter
perante circunstâncias comuns presentes em nosso dia-a-dia, como propagandas de
beleza parecidas com estas: Essa indústria da juventude combate, de forma
implícita, um “inimigo” denominado velhice, o qual pode estar associado a
temores de morte, do aparecimento de doenças, que podem levar a um isolamento social.
Quando a indústria da juventude refere-se à terceira idade, esse idoso assume
características semelhantes aos grupos mais jovens, que têm vitalidade,
alegria, prazeres. O termo terceira idade remete a uma continuação e não a um
fim, tornando os idosos consumidores potenciais de tal indústria.
O
Massacre do Corpo
Em nossa sociedade, o corpo é
explorado, além das formas de produção que são evidentes, como o desgaste
produzido durante a jornada de trabalho, tornando o corpo máquina. Outro fator
que cresce assustadoramente, pressuposto do capitalismo, é o massacre do consumo,
pois, por meio dos ideais vigentes, as pessoas são induzidas a consumir, para
não se sentirem excluídas do contexto social. A moda e a mídia também fazem
parte da cultura e são instrumentos poderosos de afirmação cultural. Por meio
delas, a cultura pode influenciar o modo de agir e ser das pessoas. Pode impor
idéias e conceitos a serem seguidos, mas que, geralmente, servem aos interesses
das classes dominantes.
O culto ao corpo está cada dia
mais presente nas campanhas publicitárias, relacionando este culto à saúde e
bem estar das pessoas, divulgando novas e diversas fórmulas para conseguir
esses corpos valorizados e aceitos socialmente na busca incessante de uma
identidade social. De acordo com esse anseio, a moda é utilizada como “arquivo
e vitrine do ser/aparecer, sugerindo comportamentos e atitudes, fabricando
selfs performáticos por meio de sutis recriações dos conceitos de verdade, de
bem e de belo”. (VILLAÇA, 1999, p. 57).
Mas o que
é Belo?
A noção de belo coincide com a
noção de objeto estético só a partir do século XVIII; antes da descoberta da
noção de gosto, o belo não era mencionado entre os objetos produzíveis e, por
isso, a noção correspondente não se incluía naquilo que os antigos chamavam de
poética, isto é, ciência ou
arte da produção. Podem ser distinguidos
cinco conceitos fundamentais de belo, defendidos e ilustra dos tanto dentro
quanto fora da estética:
1° o belo como manifestação do
bem;
2°) o belo como manifestação do
verdadeiro;
3°) o belo como simetria;
4°) o belo como perfeição
sensível e
5°) o belo como perfeição
expressiva.
Segundo Platão, só à beleza,
entre todas as substâncias perfeitas, “coube o privilégio de ser a mais
evidente e a mais amável”. Por isso, na beleza e no amor que ela suscita, o
homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das
substâncias ideais.
(Fonte: ABBAGNANO, Nicola.
Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 105-106.)
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