terça-feira, 7 de novembro de 2017

TEXTO PARA PESQUISA (2ºANO) 4° Bimestre

Indústria da Juventude (2°Ano A e B)

O homem, ao buscar o corpo perfeito, torna-se um produtor e, ao mesmo tempo, consumidor da indústria da juventude, sendo facilmente manipulado ou usado para tal fim.
Sobre essa realidade, Ortega Y Gasset afirma que “as modas atuais estão pensadas para corpos jovens, e é tragicômica a situação de pais e mães que se vêem obrigados a imitar seus filhos na indumentária” e ainda “não se trata de fingir uma mocidade que se ausenta de nossa pessoa, mas o modo adotado pela vida objetiva é o juvenil, e nos força sua adoção. Como com o vestir, acontece com todo o resto: os usos, prazeres, costumes, modas estão talhadas à medida dos efebos.” (ORTEGA Y GASSET, 1959, p. 294).
Devemos assumir nossas realidades, aproveitando as experiências adquiridas ao longo do tempo, deixando de ser o que querem que sejamos, mas assumindo o que queremos ser.
Quais as atitudes que devemos ter perante circunstâncias comuns presentes em nosso dia-a-dia, como propagandas de beleza parecidas com estas: Essa indústria da juventude combate, de forma implícita, um “inimigo” denominado velhice, o qual pode estar associado a temores de morte, do aparecimento de doenças, que podem levar a um isolamento social. Quando a indústria da juventude refere-se à terceira idade, esse idoso assume características semelhantes aos grupos mais jovens, que têm vitalidade, alegria, prazeres. O termo terceira idade remete a uma continuação e não a um fim, tornando os idosos consumidores potenciais de tal indústria.

O Massacre do Corpo

Em nossa sociedade, o corpo é explorado, além das formas de produção que são evidentes, como o desgaste produzido durante a jornada de trabalho, tornando o corpo máquina. Outro fator que cresce assustadoramente, pressuposto do capitalismo, é o massacre do consumo, pois, por meio dos ideais vigentes, as pessoas são induzidas a consumir, para não se sentirem excluídas do contexto social. A moda e a mídia também fazem parte da cultura e são instrumentos poderosos de afirmação cultural. Por meio delas, a cultura pode influenciar o modo de agir e ser das pessoas. Pode impor idéias e conceitos a serem seguidos, mas que, geralmente, servem aos interesses das classes dominantes.
O culto ao corpo está cada dia mais presente nas campanhas publicitárias, relacionando este culto à saúde e bem estar das pessoas, divulgando novas e diversas fórmulas para conseguir esses corpos valorizados e aceitos socialmente na busca incessante de uma identidade social. De acordo com esse anseio, a moda é utilizada como “arquivo e vitrine do ser/aparecer, sugerindo comportamentos e atitudes, fabricando selfs performáticos por meio de sutis recriações dos conceitos de verdade, de bem e de belo”. (VILLAÇA, 1999, p. 57).

Mas o que é Belo?

A noção de belo coincide com a noção de objeto estético só a partir do século XVIII; antes da descoberta da noção de gosto, o belo não era mencionado entre os objetos produzíveis e, por isso, a noção correspondente não se incluía naquilo que os antigos chamavam de poética, isto é, ciência ou
arte da produção. Podem ser distinguidos cinco conceitos fundamentais de belo, defendidos e ilustra dos tanto dentro quanto fora da estética:
1° o belo como manifestação do bem;
2°) o belo como manifestação do verdadeiro;
3°) o belo como simetria;
4°) o belo como perfeição sensível e
5°) o belo como perfeição expressiva.

Segundo Platão, só à beleza, entre todas as substâncias perfeitas, “coube o privilégio de ser a mais evidente e a mais amável”. Por isso, na beleza e no amor que ela suscita, o homem encontra o ponto de partida para a recordação ou a contemplação das substâncias ideais.
(Fonte: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 105-106.)


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